sábado, 21 de janeiro de 2012

AS FRASES DO COELHO

«Portugal precisa de mais concorrência e não de núcleos de privilégios injustificados»

É verdade o que diz Passos! Mas também é verdade que os núcleos que mais têm contribuído para este estado de coisas são os núcleos políticos que estão sistematicamente "na cama com o poder económico".

Acresce a isto ser normalmente o Estado o grande desequilibrador e o maior obstáculo à concorrência. 

E das duas uma: ou Passos mete na ordem o poder económico fechando as portas dos governos e da máquina do Estado (fazendo da máquina estatal uma coisa enxuta de partidos e concorrente) ou o poder político ou ambos.
De outro modo as suas palavras são vãs, palavras para Troika ouvir - que não ver.

 

DESMISTIFICAR O ESTADO DA INFORMAÇÃO (DEPLORÁVEL?) SOBRE A AGRICULTURA PORTUGUESA

O agrónomo Armando Sevinate Pinto, ex ministro da agricultura escreveu aqui um texto que põe a nú não só fragilidades da nossa agricultura, como desmistifica uma ideia do estado da nossa subserviência alimentar do exterior.

Sobressai que seria tão fácil criar estruturas de transmissão do conhecimento aos agricultores que promovessem o desenvolvimento agrícola.

Lembro-me até de conversa recente com um amigo Israelita casado com uma Portuguesa e floricultor em Portugal, que se queixava da mentalidade do seu ex sócio Português, que queria carregar rapidamente nos lucros e que minorizava a qualidade dos produtos - o que o fez substituí-lo por um sócio holandês, exportando agora em quantidade e qualidade para o mercado Holandês. 

A mentalidade e a culturalidade do longo prazo na agricultura parece ser assim o mote da agricultura moderna.

Fica, entretanto, o artigo de Armando sevinate Pinto, a ler aqui.

A OPINIÃO COMENTADA: LOS PERFUMADOS

«das reformas neoliberais surgem, como cogumelos, suas novas elites yuppies, os novos empreendedores e reengenheiros do mundo financeiro e gerencial, los perfumados, como se dizia no méxico por ocasião dos últimos terremotos económicos. ao mesmo tempo, dissolvem-se, mais ou menos rapidamente, mas sempre com notável clareza, as bases políticas do velho conservadorismo. o novo estado forte é cada vez mais subtraído a velhas formas de accountability deliberadamente, e quase por definição, ele é algo imune a controle social (e sobretudo eleitoral). junte-se a tudo isso o ingrediente da exclusão estrutural, conduzindo segmentos cada vez maiores da humanidade a uma situação instável e desesperadora. estão criadas as condições propícias ao ascenso de soluções de emergência que de outro modo seriam vistas como inviáveis, indesejáveis ou até mesmo impensáveis.»

SER NADA E TUDO AO MESMO TEMPO

Se há algo que prezo é a minha independência, que me faz ser todas as paletas ao mesmo tempo, dependendo da reflexão do momento. Com a minha raiz social-democrata-socialista e humanista, custa-me o que vejo (o sentido elitário da desumanidade) depois de ter assistido a anos de prestidigitação e delírio fantasista.

Agora que as hélices do proto fascismo (como bem afirma Garcia Pereira) parecem nos querer tocar a todo o momento, estou na minha fase mais Segura(o).
O que me convoca para o espaço público é a esperança sempre adiada e renovada de aspirar por gente equilibrada que nos dê um momento de saída do túnel da esperança saudade do futuro.  

A VERDADEIRA CONCERTAÇÃO

Como eu entendo o grito dos empresários. Infelizmente a minha actividade empresarial terminou quando não fui capaz de resistir e vencer a resistência dos verdadeiros senhores de Portugal (sou por isso um empresário e gestor falhado? Talvez, mas mantive intacta a minha coluna vertebral!) a corrupção (que abjecto e vomito!) e a falta efectiva de concorrência em Portugal pela senhoriagem que todas as PME's são sujeitas - pelos grandes monopólios como EDP, Gás e GALP.

Mas como eu entendo, também, o grito de muitos verdadeiros trabalhadores, que são vítimas de um país desequilibrado, inconcorrencial, desprovido de racionalidade e ética, inseguro e miseravelmente pago (e não falo dos sectores (mal!) protegidos).

Agora, sem uma efectiva concertação, num país onde centrais patronais e sindicais são apenas um formalismo sem correspondência no mundo real, sem alguma segurança (pelo menos no despedimento, que traga paz de espírito e motivação - o chicote só trás resistência passiva, alheamento, falta de lealdade e amor à camisola), já que as empresas tem de ser capazes de flexibilidade e resposta às mudanças rápidas do ambiente e sem uma percepção de distribuição equitativa da função social actual das empresas (ser empresário não é um saco roto de novo riquismo, mas uma condição de grande responsabilidade social - um direito mas também um dever que a sociedade lhes confere!).

Tudo seria simples, assim, se à necessidade de empresas que criem circuito económico se sobrepusesse um ambiente equilibrado de trabalho, uma verdadeira relação de trabalho construída no valor do equilíbrio de valores (o trabalhador, trabalha para criar riqueza com denodo e lealdade, perante um entidade que não vê a sua empresa como uma galinha dos ovos de ouro, mas um projecto a prazo de criação de valor para a sociedade). Mas isto seria numa sociedade mais educada formal mas acima de tudo informalmente, em casa, e não nos "armazéns a que se chama escolas".

CRISE, CRISE, OU CRISE DE VALORES E ANOMIA SOCIAL?

Margarida coloca muito bem a questão: a culpa é da crise? Que crise? A falta braçal ou a crise de valores e consciências?

Numa sociedade de desperdício de recursos humanos como a nossa, custa pensar que não há um dos 700.000 desempregados que possa agiornar as suas mãozinhas para dar nova imagem ao jardim tropical - com umas horinhas de trabalho suplementar.

É esta falta de empenho mínimo nacional, esta anomia castradora e castrante, que faz com que polícias só trabalhem com os chamados remunerados, que PR's tenham a língua e os braços caídos - exceptuando a queixa miserabilista da percepção de 8000 € (que elites tão mesquinhas e miseráveis!)... que faz de Portugal um país que podia ser, mas não é.

A ALEMANHA, A SOCIEDADE MANIETADA DAS IDEIAS E VALORES, O PROTO FASCISMO


Pode-se ter uma aversão visceral ou reflexiva à imagem que temos de algumas figuras e percepção de ideologias. O que não se pode ter, ou não devia, é a capacidade reflexiva de tudo ouvir - sem restrições mentais para tudo analisar à luz da nossa experiência e valores para a sociedade (ou sociedades).

Garcia Pereira há muito está conotado com a extrema esquerda irresponsável, incapaz de se adaptar ao mundo e à sociedade. Como nunca nadei no meio da manada, ao sabor de actos irreflexivos e irreflectidos, incapaz de raciocinar, a mensagem de Garcia Pereira não me é indiferente.

O que Garcia denomina de proto fascismo faz todo o sentido, numa sociedade ocidental em decadência onde os valores do jovem, do belo e da falta de valores éticos e da estrita humanidade domina.

Contrariamente a sociedades onde os valores da rectidão e do conhecimento são mestres, Portugal e as sociedades Ocidentais regem-se pela massificação mais obstrusa, pelo vazio de ideias de muitos dos fazedores de comunicação. O Proto fascismo começa no domínio dos meios de comunicação social e na anomia dos povos e gentes que vão sorvendo passivamente tudo o que lhes é impingido sem capacidade de análise e reflexão. E é por isso que o cidadão para retornar à verdadeira cidadania não pode alimentar esta censura de pseudos elites que só pretendem acobertar os seus interesses.

Deixo-vos a seguir uma excelente mensagem e reflexão de um anónimo sobre o que se está a passar na Europa, como se estivéssemos a assistir à terceira guerra mundial, agora surda, a uma espécie de regresso ao proto fascismo que infelizmente Passos, o coelho de Merkel, aceita placidamente (é vê-lo pequenino e entreolhado no meio dos primeiros da Suécia, da Áustria e da proto fascista dona do Coelho: a Bismarkiana Merkel!).

DEIXAR DE COMPRAR PRODUTOS ALEMÃES

Anônimo disse...
É urgente um sinal de cidadania activa
A partir da criação do euro em 1999 os 17 países da EU que aderiram à moeda única passaram a ter uma taxa de câmbio fixa e deixaram de controlar as suas relações de troca através do controlo cambial e da intervenção directa dos seus bancos centrais. A partir de então em conjunto a balança de transacções da Grécia, Itália Portugal e Espanha –GIPS- passou sempre a ser negativa , isto é as empresas e os Estados foram-se progressivamente endividando. Ao mesmo tempo, a Alemanha apresentava um crescente saldo positivo nas suas trocas com o exterior, atingindo actualmente um superavite de 182 mil milhões de euros, enquanto os países referidos acumulavam um saldo negativo de 183 mil milhões*; quer dizer, a Alemanha prosperou com a moeda única e os GIPS agravaram a sua situação.
Com a crise financeira de 2009, a dívida dos GIPS cresceu muito, o que justificou que os mercados de capitais iniciassem um ataque especulativo sobre a dívida pública destes países. Só uma intervenção rápida de um banco central poderia deter este processo.
O BCE pode emprestar dinheiro aos bancos mas está proibido de emprestar directamente aos países, o que originou benefícios para a banca tornando a manutenção da dívida insustentável em alguns países. Ao manter o BCE incapaz de garantir os títulos de dívida dos países europeus, a Alemanha com cumplicidade da França, conseguiu por em perigo o euro e levou à supressão da democracia na Grécia "despediu" com um simples telefonema o governo de Itália, levou à queda o governo de Portugal e facilitou a vitória da direita em Espanha. Depois de espalhar uma política de medo e incerteza permanente e substituir os governos destes países, reduzem-se salários e regalias e lançam-se os países numa crise de recessão .

«Sem por em causa a necessidade de pagar dividas e pôr cobro ao endividamento sistemático, a verdade é que uma saída para a crise não pode ser conseguida pela destruição da economia, optando por uma austeridade cega que inclusive reduz o produto interno e conduz à impossibilidade prática de permitir o pagamento da dívida. A solução passará por travar o ataque especulativo e a subida dos juros da dívida e equilíbrio orçamental das contas públicas num prazo realista.
Ao boicotar os ajustes necessários do BCE fazendo prevalecer os interesses dos seus bancos, sem disparar um tiro, a Alemanha está a conseguir alimentar os seus desígnios imperiais melhor do que conseguiu na primeira e segunda guerra. Assim, em menos de 100 anos a Europa tem de enfrentar a terceira calamidade provocada pela Alemanha : o avanço sobre a soberania dos estados e a sua subjugação económica configura o que entendemos por um estado de guerra.

De facto estamos a enfrentar uma situação de guerra, em que as armas até podem ser silenciosas, mas não deixam de ser devastadoras.

Perante este cenário os dirigentes políticos europeus como Passos Coelho vieram a revelar-se, não como defensores dos seus Estados, mas apenas como submissos representantes de Berlim, incapazes de negociarem condições que permitissem que a economia dos respectivos países pudesse manter a vitalidade suficiente para que efectivamente pudessem honrar os seus compromissos, mas sem destruir empresas pessoas e bens.

Neste contexto de emergência os cidadãos não podem de imediato esperar que os seus interesses sejam capazmente defendidos, pelo que só lhes resta a possibilidade de enviar directamente uma mensagem suficientemente forte para ser ouvida e atendida pela alta finança alemã: fazer baixar significativamente os lucros das suas empresas.

Sabendo-se que 60% das exportações da Alemanha se destinam à Europa é urgente que os cidadãos europeus exerçam o seu direito à resistência contra a ofensiva em curso, começando desde já por enviar uma mensagem muito clara para Berlim: deixar de comprar produtos de origem alemã.

Se concordar com esta acção de defesa do país, é favor divulgar a mensagem.

* dados Eurostat»

POORTUGAL: AQUI MORAM AS ELITES MAIS POBRES DA EUROPA

CONSTANÇA CUNHA E SÁ DISSE TUDO DA OFENSA AO POVO PORTUGUÊS

«O problema é explicar a um reformado que ganha 200 euros como é que pode contribuir para o bem estar de um Presidente que tem como reforma cerca de 10 mil euros», apontou.

«Estas afirmações seriam risíveis se não fossem também ofensivas», apontou. «O Presidente parece desconhecer por completo o país onde vive»

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O CHORADINHO DE CAVACO

«Cavaco: reformas «não chegam para as minhas despesas» Presidente recebe 1.300 euros da CGA, a somar a reforma do Banco de Portugal»
Cavaco vai receber cerca de 3000 a 4000 €. 
É pouco? É se comparado com a obscenidade da EDP!

É pouco?
Não? Se comparado com os 200 € da maior parte dos sub-humanos da República.

E é por estas e outras que Portugal é um país onde não apetece viver, porque está cheio de gente mesquinha e materialista que não tem um pingo de humanidade.

E os desempregados que não têm reforma, nem subsídio e que são já às centenas de milhar, sua excelência monárquica?
Muito mal esteve o presidente da República reformado,que pode sempre tentar pedir isenção de taxa moderadora no SNS. Ou está habituado à Médis e aparentados? 

LER STIGLITZ COM ATENÇÃO REDOBRADA

  • «Joseph Stiglitz, Nobel da Economia em 2001, lembrou ontem que entrar em incumprimento com a dívida pública não é sinónimo automático de colapso, hecatombe ou apocalipse.
“Se a Grécia ou outro país europeu entrar em incumprimento, quais são as perspectivas? Há vários exemplos de países que deixaram de pagar as suas dívidas e a vida deles não foi assim tão má”, disse ontem durante o IV Congresso da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED). E especificou: “A Rússia [entrou em incumprimento] em 1999, e voltou aos mercados ao fim de um par de anos. A Argentina [entrou em incumprimento] em 2001 – e antes disso teve vários anos de estagnação e de desemprego a aumentar. Depois do default cresceu muito rapidamente até à grande recessão de 2008.”
Este caminho, contudo, também não é fácil, alertou. “O processo é muito duro, não o recomendava a ninguém”, admitiu, sublinhando porém que “a vida depois da dívida” pode ser boa.
“Os fundos que eram aplicados no serviço da dívida, que iam para o estrangeiro, podem passar a ser usados na economia, no próprio país, desde que haja um excedente primário [saldo antes de incluir as despesas com juros]”, afirmou Stiglitz. Os contribuintes portugueses gastaram o ano passado perto de 7,3 mil milhões de euros com os juros da dívida pública, valor que este ano deverá atingir os 8,8 mil milhões de euros. Sem estes juros, e segundo o relatório do Orçamento do Estado para 2012, o corrente ano seria o primeiro em que se verificaria “um saldo primário positivo de 0,7% do produto interno bruto (PIB)”.
“Reduzir salários só agrava crise” Stiglitz abordou ainda a reforma laboral acordada esta semana [ver págs. 18/19] em sede de Cncertação Social. O Nobel da Economia, apesar de defender que “deve haver mais flexibilidade laboral” na Europa, lançou um alerta: “No entanto, isso às vezes é baixar salários em linguagem codificada. E reduzir os salários só agrava o problema numa crise, porque assim as pessoas não fazem compras”, explicou. Stiglitz considera que há coisas positivas a acontecer em Portugal – “o acordo de ontem [com os parceiros sociais] é uma delas, é uma política no bom sentido” –, mas que a saída da crise não pode ser feita só à custa “de austeridade”. “A austeridade pode, quando muito, prevenir a próxima crise, não cura esta. E mesmo esta não teria sido impedida. A Espanha e a Irlanda não tinham problemas de finanças públicas antes da crise financeira”, explicou ainda.
Sobre a situação portuguesa, o economista atirou ainda que as crises não são boas alturas para avançar com privatizações: “Acaba por se vender ao desbarato”, afirmou.
Euro sobrevive? “A verdadeira pergunta é mais: vai a zona euro sobreviver?”, atirou o Nobel, depois de ter sido abordada a hipótese de Portugal sair da moeda única. Stiglitz salientou que as reformas estruturais em curso na Europa “não vão resolver o problema”, já que demoram a ter um impacto significativo e até podem agravar as desigualdades nos países. A paranóia com a austeridade também não ajuda, assegura. “Nos últimos meses só se tem feito e falado em austeridade”, apontou, recordando que “a austeridade nunca resultou na resolução dos problemas económicos”. A confiança só se recupera com crescimento, finalizou.»

ABONO SUPLEMENTAR OU A FORMA COMO O MEC CONTORNA A UNIVERSALIDADE DAS MEDIDAS

GREVE, FIGURA DEFUNTA COM O ACORDO DESCONCERTADO E DESEQUILIBRADO DAS RELAÇÕES LABORAIS?

Uma das perguntas que fica do recente "acordo" em sede de concertação social, é como fica a chamada luta dos trabalhadores através da figura da greve?

Desde a célebre frase de Manuela F. Leite que "propunha" o congelamento da democracia, que não se assistia a uma nova realidade de interrupção (definitiva?) da democracia. 

É que a partir de agora, num país onde já era fácil despedir, qualquer greve dos trabalhadores terá como resposta o despedimento.   

O ULTRALIBERALISMO A IMITAR

NELDERONFE E O CLUBE PORTUGAL, EM OS ANÓNIMOS AQUI TAMBÉM TÊM LUGAR

«nelderonfe, Guimaraes os partidos políticos não são clubes de futebol. tu nasceste benfiquista,portista ou de outro clube qualquer e morres sem mudar de clube. podes quanto muito ganhar alguma estima por outro clube por diversas razões. tu não és ps,psd ou doutro,qualquer, partido . tu votas nesse partido. se esse partido por via do teu voto , e de muitos mais, chegou ao poder porque acreditavas nos ideais apresentados não devem, esses, defraudar os seus eleitores. e, logo pelo começo.
assim se sentires que foste enganado não voltas a votar nesse partido. isto tem sido assim nos últimos 20 anos. a democracia está caduca. todos estamos fartos dos pseudo estadistas. nós queremos saber se amanhã teremos algum dinheiro para as nossas necessidades mais básicas. não queremos saber das lutas de poder. não queremos saber de ps.s ou psd,s . queremos competência a governar e governar é dividir. governar não são tricas de bastidores, governar é estar com o povo. mas estar mesmo. governar é sentir na pele os que demais sentem. governar é tu tens 10. eu tenho 10 e ele tem 10. não e nunca pode ser tu tens 100, eu tenho 20 e ele tem 1. esta democracia e este sistema está roto e há volta a dar. só com pensamentos de divisão para depois, aí , sermos todos do mesmo clube -portugal.»

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A ECONOMIA DA HISTERIA COLECTIVA

Um aspecto muito interessante das recessões, nomeadamente da sua percepção não inevitável nos tempos actuais de tecnologia e massificação produtiva, tem a ver com a inexistência de economia por razões de simples histeria colectiva. 
A falta de dinheiro no sistema financeiro internacional para investimento, não releva de uma falta de consumidores prontos a consumir aquilo que lhes é apresentado, mas de um medo irracional de investir em actividades que tem retorno garantido.
Ou seja, vivemos hoje um tempo paradoxal de não fazer sendo possível fazer. De mandar para o desemprego, e pior que ele para a inactividade e para a inutilidade, quem é necessário para produzir bens transaccionáveis e culturais.
Um tempo paradoxal de entesouramento desigual como se entesourar desse lugar ao funcionamento de uma máquina a quem começam a faltar peças de engrenagem.
Aquilo que nos devemos interrogar, é o porque desta histeria pelo ajustamento destrutivo, de que somos cúmplices com o nosso pessimismo, em vez da criação de um clima optimista que permita que todos tenham lugar ao leme desta barca produtiva?  

O MAU PORTUGUÊS DO COMPROMISSO PARA O CRESCIMENTO, COMPETITIVIDADE E EMPREGO

A versão oficial do COMPROMISSO PARA O CRESCIMENTO,COMPETITIVIDADE E EMPREGO é demonstrativa de como muitos actuais empregados no Estado mereciam, eles sim, ser recuperados para a capacitação de um plano de escrita - tão mau o Português vertido neste documento. Percebe-se, no entanto, que da "contratação" de jovens jotas e populares, especialistas aos 25 anos, não poderia sair melhor. 

GANGA IDEOLÓGICA E PARLAPATICE NÃO CONVENCEM

«O ex-deputado do PSD Pacheco Pereira disse esta quarta-feira na TVI24 que a «ganga ideológica e a parlapatice» deste Governo não o convencem.
Tecendo duras críticas à gestão do Executivo, o social-democrata disse que os governantes não conhecem o país. Pacheco Pereira também não poupou o acordo da concertação social nem a partidarização dos cargos. O PS também não escapou às críticas.»
Pode ser até um eterno contra, mas é eternamente um contra que reflecte e pensa.

Algo que parece não existir no governo penteadinho do rapaz arrumadinho sem brilhantina.

O PUTO E MERKEL À LUZ DAS VELAS

«O primeiro-ministro tem encontro marcado esta quinta-feira com a chanceler alemã Angela Merkel. O encontro será um jantar de trabalho e a iniciativa partiu da chanceler, visando preparar a cimeira europeia do final do mês.

Angela Merkel receia, segundo fonte europeia, estar a ser vista como a decidir sozinha os destinos da Europa ao agendar apenas encontros com o Presidente francês e, por isso, decidiu alargar estas consultas a mais países europeus.»
E os números são estes: 20% do Portugal desempregado e com guia de marcha, o retorno à escravidão do século XIX, a agenda ideológica económica  quase cumprida. Em compensação e por retorno um lugar na Europa que decide - que isto é um lugar muito pequenino e provinciano para as aspirações do moço de Ângelo Correia.
Pode ser até que Passos tenha direito a um ligeiro afago pouco Alemão, uma espécie de consolação: "estás a vender o teu País aos pedaços, mas mereces sempre uns poucos de dinheiros!"
Numa verdadeira UE de uma Europa a 27, o lugar não seria a uma mesa de jantar bilateral, mas no lugar institucional próprio que é para isso que lá está a Comissão Europeia - infelizmente com iniciativa coartada pela lógica do intergovernamental dos Estados. 

Dá-lhe Falâncio!

A FRASE DA NOITE DE ONTEM: ADIVINHEM QUEM?

Com um cinismo que raia o imperdível: 

«se o poeta é um fingidor porque não hão-de os políticos serem mentirosos?»

Obviamente que esta frase só podia sair de um ex-político, de um ex-bastonário cujo amor à humanidade e às boas práticas ideológicas já se perdeu no realismo do: "que se lixe o outro".

É o Portugal que temos e o mundo real que não se compadece com lirismos humanistas, dirão. 

Pois! Mas no limite, que é curto, estaremos todos mortos e que sentido teria/terá a vida sem um pouco de transmissão às gerações seguintes que pelo humanismo é que vamos!

PORTUGAL E O GOSTO AMARGO DA NÃO PARTICIPAÇÃO

«Apenas 56% dos portugueses consideram que "a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo", de acordo com o estudo "A Qualidade da Democracia em Portugal: a Perspectiva dos Cidadãos", da autoria de António Costa Pinto, Pedro Magalhães, Luís de Sousa e Ekaterina Gorbunova.»

MAIS SINAIS DE UMA EUROPA QUE AMARGA

«O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse esta quarta-feira que o país prefere financiar-se no mercado «do que aceitar dinheiro alemão».
«O que queremos é uma linha de crédito, uma rede de segurança, mas nada de resgates», adiantou o primeiro-ministro húngaro».
Será que os Húngaros são mais espertos que nós e já se aperceberam que o resgate tem de começar só e dentro de casa? 

SOBRE OS LINCES DA ECONOMIA

É interessante o post e os comentários sequentes, pois demonstra o espírito nacional arguto da clubite nacional (há quem lhe chame capelinhas). 
Aparentando estar conotado com a social democracia (ou pelo menos com o partido que lhe retira o nome) há quem pense que por esse facto não abundam os posts anti aumento de impostos.
Para os escolásticos (verdadeira praga nacional) as empresas onde se sujam as mãos e que desprezam são, assim, uma espécie de minorante a que há que fugir com rapidez e esperteza. 
Os nossos políticos, normalmente escolásticos que não sabem nem querem criar verdadeira riqueza, fazem parte dessa ilusão olho de lince. Que a economia informal existe, possivelmente existe, mas na nossa percepção olho de formiga, não com a dimensão que os escolásticos lhe querem atribuir como que a dizer: olhem para ali que há muito para taxar, distraindo os políticos da sua condição de recebedores sem contrapartida para a riqueza nacional palpável.  
Entretanto, soube-se ontem, as quinhentas maiores empresas Portuguesas aumentaram em média 32% o seu lucro de 2010. 
Dessas, possivelmente uma dúzia foram responsáveis pela distorção da média, naquilo que o olho de lince nunca alcança em Portugal. 
É que não há um verdadeiro ambiente de  concorrência em Portugal e para isso concorrem todos os olhos de lince que se agarram nos seus serviços (e agarrados aos seus diplomas caducados que davam direito à mordomia eterna do emprego) às cinco leis da mediocridade Portuguesa: a "burrocracia", as regulamentações, a totalização dos impostos que levam à inflação dos custos e à destruição da economia, a corrupção dos sapos que queriam ser bois...
E, assim, andamos em Portugal (os que mediocremente aceitamos este estado de coisas, que os outros já deram há muito ao de Vilas Diogo!).

RECESSÃO EUROPEIA: UMA SITUAÇÃO JÁ HÁ MUITO ANUNCIADA

«Recessão é a palavra mais temida na Europa, mas já é um cenário equacionado bem a sério por quem manda no Velho Continente. O presidente do Eurogrupo, por exemplo, admite que a Zona Euro está a um passo da recessão e apela, por isso, a uma «verdadeira política de crescimento» económico.
«Na Zona Euro estamos à beira da recessão técnica»
Embalados por uma medíocre Alemã de Leste, a Europa começa agora a aperceber-se que se encontra em recessão. 
Pena que os políticos desta geração sejam tão destituídos de visão.  

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

OS CINCO NOVOS CAVALEIROS DO APOCALIPSE

...regulamentações,
burocratização,
impostos,
inflação,
corrupção...

O QUE DIZ O FERVE SOBRE O ACORDO? DE CONCERTAÇÃO SOCIAL

«Foram 17 horas de reunião para fazer passar as seguintes medidas:
1) Despedimento por "redução na qualidade do trabalho", ou seja, a liberalização dos despedimentos sem justa causa porque a "qualidade" é um conceito arbitrário;
2) Redução dos dias de férias de 25 para 22;
3) Redução de 4 feriados e de várias pontes, mais dias de trabalho;
4) Os contratos de trabalho de muito curta duração passam de 7 para 15 dias, é a super precariedade;
5) Diminuição das compensações por despedimento para 20 dias por cada ano trabalhado, até ao máximo de 12 salários, entra também o fundo de compensação para que os trabalhadores paguem metade do seu despedimento;
6) Abertura de um banco de horas anual até às 150 horas, ou seja o patrão pode dizer que não trabalhas numa altura do ano e que trabalhas a dobrar em outra;
7) Alterações profundas no tempo e no valor do subsídio de desemprego, fazendo com que os desempregados caiam na miséria rapidamente;
8) Diminuição de 75% do valor das horas extraordinárias, ou seja, a primeira hora extra passa a valer 25% e as seguintes 37,5%, 50% nos fins de semana ou feriados;
9) Facilitada a utilização do Layoff, que é, como se sabe, a antecâmara do despedimento colectivo;
10) Desempregados acumulam durante 6 meses o subsídio e o ordenado de um trabalho que pague abaixo do que recebiam para os forçar a aceitar trabalhos de miséria;
11) fim do descanso compensatório para quem trabalha a um feriado;
12) Governo vai atrasar a proposta de subsídio de desemprego para os falsos recibos verdes.

Este é um acordo errado que vai piorar a vida de milhões de portuguesas e portugueses porque lhes vai tirar rendimento numa altura de crise em que, muitas vezes, já não conseguem chegar ao fim do mês ou têm de apoiar quem ficou desempregado na famílias. Para além disso hipoteca o futuro, porque o aumento do trabalho e a redução dos tempos de não trabalho põe em causa a produtividade real e a possibilidade de, quem assim o deseja, ter filhos.
João Proença, da UGT, foi claro ao dizer que este acordo é muito prejudicial para os trabalhadores, mas, ainda assim, não teve a coragem de não o assinar.

No entanto, o movimento sindical, os movimentos sociais e as pessoas já aprenderam que este Governo recua em todas as matérias perante a força das manifestações e perante a apresentação de propostas alternativas, credíveis e concretas. Daí a importância de reforçarmos o apelo para a manifestação de 21 de Janeiro e da entrega da Lei contra a Precariedade na semana passada ao Parlamento.»

OUVIR STIGLITZ

«A austeridade, por si só, não é a solução». A opinião é do Nobel da Economia Joseph Stiglitz que defende uma maior «solidariedade» europeia como ferramenta para sair da crise.

Para o laureado em 2001, as reformas actuais de países como Portugal, Grécia e Irlanda «não são suficientes», já que não garantem a reestruturação da economia e não apoiam o crescimento.»

A CRISE DA ARRAIA MIÚDA

«As 500 maiores empresas do país, segundo a lista publicada pela «Exame», mais que duplicaram os lucros em 2010, face a 2009. A Continental Mabor é a melhor empresa do ano e Alexandre Soares dos Santos recebe o troféu anual Excelência na Liderança, segundo a revista.

No seu conjunto, as 500 companhias registaram lucros de 12,2 mil milhões de euros, um aumento de 130,2%, em grande parte impulsionado pela venda da Vivo pela PT. «Mas, mesmo sem considerar esta operação, a expansão dos lucros conjuntos das 500 M&M atingiu 27,8%, dando um pontapé na crise», escreve a «Exame».
É estranho esta necessidade de se mexer nas leis laborais como forma de resolução da crise quando se lêem estas notícias. 
Será que a opção do governo não é só exclusivamente ideológica fazendo recuar as relações laborais a séculos passados?

A NOVA RELAÇÃO DE TRABALHO

«1. INDUMENTÁRIA: Informamos que o funcionário deverá trabalhar vestido de acordo com o seu Salário.
Se o virmos calçado com uns ténis Adidas de € 100 ou com uma bolsa Gucci de € 150, presumiremos que está muito bem de finanças e portanto, não precisa de aumento.
Se ele se vestir de forma pobre, será um sinal de que precisa aprender a controlar melhor o seu dinheiro para que possa comprar roupas melhores e portanto, não precisa de aumento.
E se ele se vestir no meio-termo, estará perfeito e portanto, não precisa de aumento.
       
2.AUSÊNCIA DEVIDO A DOENÇA:
Não vamos mais aceitar uma declaração do médico como prova de doença.
Se o funcionário tem condições para ir até ao consultório médico também tem para vir trabalhar.

3. CIRURGIA:
As cirurgias são proibidas.
Enquanto o funcionário trabalhar nesta empresa, precisará de todos os seus órgãos, portanto, não deve pensar em tirar nada. Nós contratámo-lo inteiro.
Remover algo constitui quebra de contrato.
4. AUSÊNCIAS DEVIDO A MOTIVOS PESSOAIS:
Cada funcionário receberá 104 dias para assuntos pessoais, em cada ano. Chamam-se Sábados e Domingos.
   
5. FÉRIAS:
Todos os funcionários têm direito a gozar ainda mais 12 dias de férias nos seguintes dias de cada ano:
1 de Janeiro,
Dia de Páscoa
25 de Abril,
1 de Maio,
10 de Junho,
15 de Agosto,
5 de Outubro,
1 de Novembro,
1 de Dezembro.
8 de Dezembro.
25 de Dezembro.
   
6. AUSÊNCIA DEVIDO AO FALECIMENTO DE ENTE QUERIDO:
Esta não é uma justificação para perder um dia de trabalho.
Não há nada que se possa fazer pelos amigos, parentes ou colegas de trabalho falecidos.
Todo o esforço deverá ser empenhado para que os não-funcionários cuidem dos detalhes. Nos casos raros, onde o envolvimento do funcionário é necessário, o enterro deverá ser marcado para o final da tarde.
Teremos prazer em permitir que o funcionário trabalhe durante o horário do almoço e, daí sair uma hora mais cedo, desde que o seu trabalho esteja em dia.
       
7. AUSÊNCIA DEVIDO À SUA PRÓPRIA MORTE:
Isto será aceite como desculpa. Entretanto, exigimos pelo menos15 dias de aviso prévio, visto que cabe ao funcionário treinar o seu substituto.
       
8. O USO DO WC:
Os funcionários estão a passar tempo demais na casa de banho.
No futuro, seguiremos o sistema de ordem alfabética. Por exemplo,
Todos os funcionários cujos nomes começam com a letra 'A' irão entre as 9:00 e 9:20, aqueles com a letra 'B' entre 9:20 e 9:40, etc. Se não puder ir na hora designada, será preciso esperar a sua vez, no dia seguinte.
Em caso de emergência, os funcionários poderão trocar o seu horário com um colega. Ambos os chefes dos funcionários deverão aprovar essa troca, por escrito.
Adicionalmente, agora há um limite estritamente máximo de 3minutos na sanita. Acabando esses 3 minutos, um alarme tocará, o rolo de papel higiénico será recolhido, a porta da sanita abrir-se-á e uma foto será tirada. Se for repetente, a foto será afixada no quadro de avisos e Intranet do Serviço com o título infractor Crónico.
       
9. A HORA DO ALMOÇO:
Os magros têm 30 minutos para o almoço, porque precisam comer mais para parecerem saudáveis.
As pessoas de tamanho normal têm 15 minutos para comer uma refeição balanceada que sustente o seu corpo mediano.
Os gordos têm 5 minutos, porque é tudo que precisam para tomar uma salada e um moderador de apetite.
       
Muito obrigado pela sua fidelidade à nossa empresa. Estamos aqui para proporcionar uma experiência laboral positiva. Portanto, todas as dúvidas, comentários, preocupações, reclamações, frustrações, irritações, desagravos, insinuações, alegações, acusações, observações, consternações e quaisquer outras... ões' deverão ser dirigidas para outro lugar.
Felicidades.»

SOBRE O SAI DA FRENTE, PASSOS, DO TIAGO MESQUITA

Que o Pedrito de Massamá se rege pela insustentável leveza doutrinária do ser mais liberal que os liberais, já o sentíamos.
Agora até uns abonos dados por lapso, são pedidos através de bases de dados caóticas, não actualizadas gerando horas de trabalho e paciência esgotada.
Será, assim, o Portugal radical, o Portugal do saí da frente Portuga, emigra, que o ajustamento da Troika também tinha lá imperceptível (estava implícito, maravilha esta Troika de costas largas) que se há de fazer um ajustamento, ajustando Portugal a um número menor dos seus cidadãos. 
Hoje ficámos a saber (e não foi pelo Mr. Bean arrastado do Lexotan!) que há setecentos (ouviram bem? setecentos!) profissionais da saúde que querem dar ao de vilas Diogo para a Provence Française. 
Enquanto isso uns Equatorianos são importados e pasme-se o tempo do atendimento do SNS não irá possivelmente aumentar, pois das duas uma: ou o Macedo aumenta o número dos que soçobram às Médis e aparentadas, ou as certidões de óbito futuras farão constar que morreu porque... não foi simplesmente tratado! 
E pensa que isto irá resolver alguma coisa?
Nada! que a despesa dos boys continua em disparo e que já se avizinha o bail-out Grego a que se seguirá o Português ou o enterro da própria moeda que arrogantemente se fez imprimir em notas de 500 Eurecos.   

DESCONCERTAÇÃO

Helena André diz que estamos perante um governo de direita radical. 
Infelizmente a social democracia parece estar com este governo, enferma, aquilo que se está a assistir na pseudo concertação social é demasiado mau para ser verdade.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

GABRIELA CANAVILHAS E UMA PROPOSTA SEM CAVILHA

«A proposta de Lei em causa foi apresentada pela mão da antiga ministra da Cultura e agora deputada Gabriela Canavilhas e prevê a cobrança de um imposto sobre os direitos de autor na aquisição de suportes de armazenamento e o agravamento dessa taxa conforme a capacidade dos aparelhos. O Projeto lei sobre a Cópia Privada é “abusivo”, “penalizador” e “utiliza os artistas” - dizem os artistas»

Gabriela Canavilhas faz parte daquele leque de pessoas que resolve os problemas de duas maneiras: com aumentos de impostos e taxas e com medidas completamente destituídas de tempo, lugar e conhecimento da realidade.

Esta gente, saída da mediocridade mais atroz,  que se aproveita da política, é mesmo miserável nas suas intervenções políticas. O nosso pior pesadelo!

O CRONÓMETRO DA MUDANÇA DE MC DE AGUIAR

«Aqui podemos acompanhar as dívidas dos países em tempo real. É um gráfico interessante. No fundo, mostra a evidência de que as economias prósperas, com elevados PIBs per capita e equilíbrio das finanças públicas e da balança externa correspondem a países com vastos territórios e densidade populacional relativamente baixa. No mesmo registo, apesar da péssima gestão interna de recursos e das insuficiências institucionais, temos os países petrolíferos ou com uma imensidão de matérias-primas.
A China e a Índia com os seus modelos de economia low cost em crescente internacionalização estão em vias de obrigar os países ocidentais a um retrocesso civilizacional.
Depois, temos os países industrializados do Ocidente que se deixaram desindustrializar e que se adoptarem todos simultaneamente políticas de combate aos défices poderão conduzir a uma depressão à escala mundial.
Restam os maus alunos, como Portugal, que há muito perderam toda a capacidade de influenciar o que quer que seja e onde a soberania real é mínima desde há algum tempo, constituindo hoje mais territórios do que Estados - o que se aplica, aliás, à larga maioria de médios e pequenos países desprovidos de matérias-primas significativas.
A mitigação da tragédia anunciada apenas se poderá fazer com doses significativas de disciplina colectiva, coesão social, melhoria da formação e sobretudo com alterações nas formas de pensar das pessoas. Há que produzir mais bens e serviços que tenham crescente procura no mercado internacional.
Mas poderão e terão os nossos empresários (todos nós) capacidade para responder de facto a este desafio? E os trabalhadores vontade de aumentar a sua produtividade? Haverá inteligência e bom senso para isso»
Talvez um dos posts mais inteligentes e sintéticos que me lembro de visualizar ultimamente. 
O diagnóstico das situações já há muito é conhecido e perceptível, falta a vontade colectiva e individual de implementar a mudança que é cultural e de valores. 
E essa não se faz com ajustamentos, ao arrepio da população, e sem um contrato social que motive os povos.

JUROS DE EMPRÉSTIMOS A ESPANHA DIMINUEM

«Espanha fez mais um teste ao mercado esta terça-feira. O Tesouro Público do país vendeu 4.880 milhões de títulos de dívida a 12 e 18 meses. E a prova foi superada, mesmo depois da descida de rating decidida pela Standard & Poor`s, uma vez que pagou quase metade dos juros face ao último leilão com as mesmas características.»
Será porque ao contrário das inteligências pardas nacionais, Espanha optou por não aumentar os impostos, nomeadamente o imposto destruidor de seu nome IVA?

ESTADO DE GRAÇA OU ESTADO DE DESGRAÇA?

«Para mim estado de graça acabou há muito ! , Sondagens continuam altas, serão verdadeiras , ou têm como objectivo acalmar as populações?»
Com Paulo Rangel a bater no governo de Passos, e bem, o estado de desgraça que se sente no dia a dia, já há muito arredou o estado de graça de um governo teimoso e que teima em se mostrar pouco social democrata. 

A figura arrastada de Gaspar, o fundamentalista, agregada a Passos, o defensor extremoso dos mercados, já ditou para a população o fim de um governo que acrescentou à loucura do anterior, a mentira do aparelho.

Ah, e não nos esqueçamos do Relvas! 

MARTIN SCHULZ: O NOVO PRESIDENTE DO PE!

»Martin Schulz will be president for 2 1/2 years
Tuesday morning MEPs elected German Socialist Martin Schulz as president with 387 votes. He will lead the EP until the next European elections in June 2014. " But who is the man behind the politician?

Martin Schulz was born 20 December 1955 in Hehlrath - a small German city close to the German-Dutch-Belgian border. After high school he apprenticed as a bookseller and opened his own store in Würselen in 1982, which he ran for 12 years.

He began his political career at 19, joining the German Social Democratic Party. At 31 he became the youngest mayor of Germany’s most populous Land, North Rhine-Westphalia, when he was elected mayor of Würselen, a post he held for 11 years. "This time shaped my enthusiasm for Europe and the conviction that I wanted to help build and advance the European project," he says of his time as a local politician.

Elected to the EP in 1994, Schulz has served on a number of committees, including the sub-committee on Human Rights and the Civil Liberties Committee. He led the German delegation of the Socialist group (SPD members) from 2000 and was also a vice-chair of the Socialist Group in the EP. He was elected group leader in 2004, a position held until he was elected EP president. Since 2009, Schulz has also acted as representative for European Affairs for Germany’s SPD party and his views have deeply influenced his party’s pro-European politics.

He is known as a man of convictions who is not afraid to speak his mind. This once provoked a now famous insult from the former Italian premier Silvio Berlusconi during a plenary session in Strasbourg in 2003.

A well known face in European politics, he nevertheless maintains a strong link with his constituency. "For many years, I served as mayor of my town and listening to people's concerns and answering their questions was my daily business. This still remains a very important part of my job," he said.

A passion for books...and football

His wife is a garden and landscape architect and they have two children. His hobbies include reading, history and football – he roots for his local club 1. FC Köln. Among his favourite books is "The Leopard" by Tomasi di Lampedusa and all the books of Eric Hobsbawm.»
Tão longe de Merkel, essa Germanófila de Leste que aparenta o pior dos mundos. A a-historicidade e a cultura de Leste.

SOARES, O ESTADISTA

«O histórico socialista acusa o Governo português, por intermédio de Vítor Gaspar, de ter reagido ao corte da S&P "um pouco a medo". "Deverá talvez ter ficado engasgado com o desplante dos anónimos das empresas de 'rating' que aliás partilham da mesma ideologia do ministro, visto que também põe os mercados - e o dinheiro - acima das pessoas, dos Estados e dos valores éticos.»
Por mais que muitos vilipendiem Mário Soares, Soares é indubitavelmente do alto dos seus oitenta anos o maior estadista que Portugal gerou pós 25 de Abril.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A OCDE E A SURDEZ DE PASSOS

«O secretário-geral da OCDE deixou ainda um alerta: "Nas actuais circunstâncias já não basta adoptar políticas estruturais, porque deixámos de ter margem do lado da política monetária. Não chega. Temos de lidar com a questão social gerada por esta crise".
Na sua intervenção na abertura da conferência anual da Coface, o responsável sublinhou ainda que o ambiente de fraco crescimento, desemprego elevado e aumento das desigualdades alimenta o surgimento de movimentos como o dos indignados. "Arriscamo-nos a perder toda uma geração de jovens a quem se prometeu que mais dois a três anos de estudos resolveriam os seus problemas. Mas agora os seus diplomas apenas servem para os tapar da chuva... e mal", disse o secretário-geral.
"A face humana desta crise que ainda não resolvemos é o desemprego", frisou o secretário-geral da OCDE, concluindo que é necessário "acção política" e "liderança".»
Poderá parecer estranho um social democrata abespinhar-se assim com Passos. 
O problema é que a tolerância com os medíocres políticos é já zero, e se Passos não tem aparentemente culpa da situação de endividamento brutal a que chegamos, já é responsável por uma forma pouco sadia de gerir o país - contrariando sempre as medidas da oposição. 
Além da culpa, na medida exacta de não estar a saber lidar com a crise, de não ouvir os sinais e gritos que até da OCDE vêm. 

A ATITUDE AUTO - LIQUIDACIONISTA

O que dirá agora Passos desta afirmação da Standard  & Poor's?

«Os leitores interrogam-se por que razão a S&P faz esta “incursão” quase geral nas notações das dívidas da zona euro, deixando de fora apenas a Alemanha (que mantém o triplo A e passa a ter uma perspetiva “estável”). A agência aponta duas razões fundamentais, que são políticas. A primeira: o acordo conseguido na cimeira europeia de 9 de dezembro “não produziu um avanço com dimensão e âmbito”. A segunda: o processo de reforma “baseado unicamente no pilar da austeridade orçamental arrisca-se a tornar-se auto-liquidacionista”. E com essa dinâmica pode disparar, entre outros efeitos, a “fadiga das reformas”, diz a agência.»
Bem avisa a Frei Passos sobre a perspectiva auto - liquidacionista. 
O problema é sempre o mesmo. 
A arrogância e autismo dos políticos quando chegam ao poder, que passam a viver numa redoma do "quem diz contrário a mim, é contra mim!"
Chama-se a isto falta de visão e sentido de Estado, mas também quem esperaria que Passos, esse menino, fosse capaz de o ter?